quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Ranking THE: USP é a 11ª melhor entre países emergentes Brasil tem quatro universidades entre as 100 melhores; China lidera

Ranking britânico THE avaliou pela primeira vez instituições dos Brics e de mais 17 nações 'em ascensão'
SABINE RIGHETTIDE SÃO PAULO
Há quatro universidades brasileiras entre as cem melhores dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e de outros 17 países emergentes. Mas nenhuma delas está no topo da lista.
A análise --primeira desse tipo-- foi divulgada ontem pelo britânico THE (Times Higher Education), que também elabora o principal ranking de universidades do mundo.
A USP aparece em 11º lugar na lista. Antes dela, há instituições da China, da África do Sul, de Taiwan, da Turquia e da Rússia.
"A avaliação mostra que é fundamental ensinar em inglês", analisa o físico da Unicamp e especialista em ensino superior Leandro Tessler.
"Todas as top 10' ensinam em inglês. A primeira da lista que não ensina em inglês oficialmente é a USP."
Além da USP, também aparecem no ranking as brasileiras Unicamp (em 24º lugar), a UFRJ (60º) e a Unesp (87º).
A China, que lidera a classificação, tem 23 universidades listadas --quatro delas entre as dez melhores.
"O mais trágico para o Brasil é só ter quatro entre as cem melhores", avalia Tessler.
De acordo com Fran Langdon, do THE, os 22 países analisados têm investido grande quantidade de recursos públicos em ensino superior.
"Decidimos fazer uma análise específica de emergentes porque sabemos que o investimento em universidades faz parte da estratégia desses países", diz Langdon.
"Muitas dessas instituições não ficam visíveis nos rankings internacionais."
É o caso do Brasil: o país despareceu da lista do THE de 200 melhores universidades do mundo neste ano.
No ano passado, a USP, única que figurava na lista, ocupava o 158º lugar na classificação mundial de escolas.

VEJA O RANKING
1 Univ. de Pequim (China)
2 Univ. de Tsinghua (China)
3 Univ. da Cidade do Cabo (África do Sul)
4 Univ. Nac. de Taiwan (Taiwan)
5 Univ. Bogazici (Turquia)
6 Univ. de Ciência e Tecnologia da China (China)
7 Univ. Tecnológica de Istambul (Turquia)
8 Univ. de Fudan (China)
9 Univ. Técnica do Oriente Médio (Turquia)
10 Univ. Lomonosov (Rússia)
11 USP
24 Unicamp
60 UFRJ
87 Unesp
    Ciência é a pior área entre alunos brasileiros
    País não avançou em três anos no Pisa
    DE SÃO PAULODE BRASÍLIA
    Ciências é a matéria em que os alunos brasileiros estão mais defasados em relação aos outros países, aponta o Pisa, exame internacional de estudantes.
    Essa é a disciplina em que o país tem seu pior desempenho (59º entre 65 países). E ainda não obteve avanço nos últimos três anos (2009-2012).
    Em matemática, o Brasil foi o 58º; em leitura, 55º.
    Os alunos avaliados, das redes pública e privada, têm entre 15 e 16 anos (ensino médio). Os dados foram divulgados anteontem pela OCDE, organização de países desenvolvidos que aplica a prova.
    Entre os seis níveis em que os alunos são distribuídos, o Brasil teve apenas 0,3% nos dois mais elevados em ciências. A média dos países desenvolvidos foi de 8,4%.
    A maioria dos estudantes brasileiros ficou nos dois patamares mais baixos. Não souberam, por exemplo, explicar por que crianças e idosos são públicos prioritários na vacinação contra a gripe (a resposta é porque eles têm menos resistência ao vírus).
    Para a diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, um dos motivos que podem explicar o baixo desempenho em ciências é a falta de ênfase no problema dessa disciplina.
    Em matemática, diz ela, as dificuldades foram notadas há mais tempo e, por isso, as médias têm aumentado.
    A carência de laboratórios, o ensino muito teórico e a baixa atratividade da carreira docente são os fatores apontados pelo físico Luiz Davidovich, da diretoria da Academia Brasileira de Ciências.
    "Há exceções, mas, de forma geral, não há estímulo à curiosidade, à criatividade."
      Fonte: Folha, 05.12.13

Nenhum comentário:

Postar um comentário